Mulher desconhecida
Chovia
intensamente, junto com a mesma veio uma neblina densa um frio ardente que me
cercava, meu corpo não conseguia parar de tremer, cada gota gélida que caia sobre minha face
parecia uma faca a retalhando, mas mesmo assim segui viagem em minha Harley
Davidson, não podia encostar, pois a sensação de morte me animava conforme o
velocímetro marcava uma velocidade cada vez mais alta. Um estilo livre, vivendo
aqui e ali e ninguém me dizendo o que fazer.
Rastros de
sangue deixei para trás, uma vida nova começarei, um MC (moto clube) montarei, pena não ter meus fiéis companheiros ao
meu lado, a linda e erótica Morte os convidou para sentarem ao lado direito do
diabo, não fico triste, pois sei que onde estão serão bem tratados assim como
eu quando chegar minha tão sonhada hora.
De longe era
possível avistar em meio à chuva e a neblina uma placa com luzes vermelhas na
qual estava escrito “Hotel”. Aproximando-se do local deu para perceber que
havia um bar ao lado, algumas motos e carros estavam estacionados no local.
Parei minha Harley
Davidson e fui beber algo para esquentar o corpo já enferrujado com o passar
dos anos, adentrando ao local percebi que não era um bar qualquer, mas sim um “puteiro”
de baixa categoria, mas se percebia homens de grande fortuna lá dentro. Cada
passo rumo ao balcão era um misto de sentimentos. Quantos bares deste estilo eu
e meu MC visitamos, quantas brigas
arrumamos e apartamos por meras putas rampeiras, quantos porres em mesas de
sinucas tomamos, quantas chupadas nos banheiros elas nos davam por uma pequena
quantidade de pó, são tantas memórias que chego a ficar tonto. Sentei em um
banco antes que caísse ao chão, abaixei meu rosto no balcão e chorei, chorei
pelas mortes e pelas vidas que se perderam ao cruzar meu caminho. Com lágrimas
nos olhos pedi uma dose de conhaque.
Na minha
solidão meu único amigo era aquela bebida que me esquentava. De longe, avisto
uma mulher de estatura mediana com longos cabelos negros, uma vestimenta
sensual e provocante, um vestidinho preto, pele bem clara, pensei comigo, uma vampira ou um anjo? com este
pensamento sádico liberei um sorriso de malícia, virei meu conhaque de uma vez
e pedi duas doses ao barman e fui ao
seu encontro lhe oferecer um drink.
Conforme vou me aproximando percebia a elegância de tal ser.
Acreditava que
ela poderia ser minha esperança de ter um fim de noite descente, ao trocar
algumas palavras com ela minha teoria estava certa, ela estava ali para
oferecer sexo, ou melhor, oferecer seu corpo para que homens como eu se
esqueçam da vida miserável que vivem.
Ela pediu que eu acertasse o
valor do programa no caixa, tudo certo fomos ao quarto um local escuro
cheirando a fumaça, havia duas fontes de iluminação, uma era um pequeno abajur
com uma luz vermelha e fraca e a outra era de um pequeno banheiro com um chuveiro
onde ela foi se lavar. Sentei na cama de onde dava para apreciar aquela linda
mulher se banhar, cada parte que aquele pequeno pedaço de sabão passava meu
corpo se arrepiava aos poucos fui me despindo. Primeiro retirei meu coturno,
depois a camisa e fiquei só de calças, achei melhor apreciar o momento.
Enquanto se secava, ela vinha ao meu rumo com um olhar de malícia, ela soltou a
toalha exibindo seu belo corpo, continuou vindo em minha direção. Com um
empurrão sutil em meu ombro me deixei cair na cama, lentamente ela subiu em
cima de mim, suas mãos correram para meu tórax, seus dedos tocavam minhas
cicatrizes de dias turbulentos, ela se excitava com cada uma, não se contendo
em colocar as mãos começou a dar singelos beijos em cada. Com o passar do tempo,
minha calça ganhou grande volume e ela percebeu isto, com sua face tentadora me
encarando foi abrindo minha calça sem tirar os olhos dos meus, ela me despiu
por completo.
Uma sensação
inexplicável o que aquele ser fazia ao meu membro, uma hora com a mão outra com
a boca, parecia que não existia passado e futuro só aquele momento. Puxei-a para
cima, ela veio subindo, me beijando até que tentou beijar-me nos lábios e não
deixei, nunca beijei uma puta e nem vou beijar. Desviei de seus lábios a
virando de costas para mim, sua bunda encostou em meu tronco, senti um suspiro
sair de sua boca, neste momento com força agarrei seus cabelos e a coloquei de
quatro na posição que cachorras devem ficar, com força comecei. Ela parecia uma
cadela no cio, uivava, gritava e pedia mais e mais, com certeza não era nem
anjo e nem vampira, era um demônio sedento por sexo, a cada estocada seu
coração palpitava, nossos corações estavam sincronizados, naquele momento havia
uma só alma, uma só respiração, uma só vida. Mudei-a de posição, queria olhar
nos seus olhos nos momentos finais. Segurei pelas suas pernas e comecei
vagarosamente até ganhar um ritmo frenético com o momento do êxtase total. Seus
olhos me fitavam e da sua boca saiam palavras incompreensíveis e sussurros de
prazer com o fim deste momento. Jogamos-nos
na cama cinco minutos quietos e imóveis, o dono parecia que adivinhara que havíamos
chegado ao fim, veio bater na porta dizendo que o tempo terminara. A mulher a
qual eu nem sabia o nome se levantou e foi se lavar novamente para dar alegria
a outro miserável.
Me vesti
calmamente, pois ainda estava digerindo aquele momento. Já vestida, ela veio se
despedir de mim e perto, sussurrou em meu ouvido:
- Logo venho levá-lo ao encontro de seus amigos.
Com esta
pequena frase, ela me deixou sozinho no quarto, me levantei e me retirei. Sai
do bar a chuva diminuira um pouco junto com a neblina, só o frio permanecia. Subi
em minha Harley Davidson e voltei para estrada, minha companheira, olho pra trás
e percebo que aquele bar e hotel nunca existiram, a única coisa que existira
foram os olhos vermelhos da mulher desconhecida.
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As vezes sentimos que nossas vidas são tão inuteis que um momento agradavel, mesmo que não seje natural muda tudo....mas com o tempo chegamos a comclusão que a vida, é simplismente fazer o melhor de si, não para si mesmo, mas para os outros... e fazer da felicidade dos outros a sua felicidade...porque felicidade de verdade é fazer as outras pessoas felizes..
ResponderExcluirBom texto Andre...paranbens